quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Chiang Mai, na terra das mulheres girafa

Tailândia.
Chiang Mai.

Fica no norte da Tailândia, afastada o suficiente de Bangkok para ter a calma e o verde que não se vislumbram na capital. Mas os mercados esses continuam e recomendam-se.

Daqui podem-se fazer pequenas incursões rurais e conhecer a fauna, flora e tribos do norte da Tailândia. Andei de elefante, desci rios em jangada, vi montes de arroz e mais impressionante que tudo conheci as "mulheres girafa". Estas mulheres pertencem à tribo Kayan que é oriunda da Birmânia mas que com o tempo e a instabilidade da região se foi concentrando no norte da Tailândia.

É impressionante o peso que elas carregam aos pescoço através dos múltiplos anéis que todos os anos vão sendo acrescentados, geralmente até ao limite de 20. Estes anéis começam a ser colocados aos 5 anos e chegam a pesar um total de 5 kgs. Nunca são retirados no dia a dia, ou seja elas dormem e fazem tudo o resto com esta carga extra.

Os anéis encontram-se no pescoço, nos joelhos e nos braços. Contaram-me várias teorias para as mulheres Kayan terem esta tradição. Algumas prendem-se com o facto de com este adereço não serem interessantes para se tornarem escravas, em caso de invasão por outra tribo, visto terem alguma restrição nos trabalhos que podem executar. Outra teoria, diz que era uma forma de defesa dos tigres dado que estes atacam as presas no pescoço. Não sei qual a verdadeira razão mas se há algum fundo de verdade nestas teorias, porque não têm os homens estes mesmo anéis? Há ainda outra teoria que aponta para motivos puramente estéticos e de identidade cultural. 

Outro facto interessante é que o pescoço não cresce, o que acontece verdadeiramente é que a clavícula afunda-se devido ao peso dos anéis e produz essa falsa sensação de alongamento.

Adorei vê-las ao vivo mas tive algum sentimento de culpa pois não sei se ainda existiriam sem as visitas dos turistas como eu. Apesar de ser uma tradição, são cada vez menos as raparigas que usam estes anéis. O turismo é a maior fonte de rendimento da tribo e por isso ajuda a perpetuar uma tradição que talvez já não faça sentido (se é que alguma vez fez...).

De qualquer forma, aqui fica o testemunho.



 Sem anéis mas com alargadores nas orelhas.
Para além dos alargadores têm os dentes cobertos de uma pasta de ervas que mastigam o dia todo.
 Membros de outra tribo. A forma de subsistência destas tribos passa muito pela confecção de artigos têxteis que vendem depois aos turistas.
 Aspecto da aldeia das mulheres girafa, dominada pela venda de produtos que estas mesmo confeccionam. 
 O trabalho nos arrozais.
 Os arrozais.
Uma borboleta do tamanho da minha mão.


Ver mais aqui:
http://en.wikipedia.org/wiki/Kayan_(Burma)

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