sexta-feira, 15 de junho de 2012

Livro da semana: As três vidas

As três vidas 
João Tordo
Prémio Saramago em 2009


Mais um livro de João Tordo acabado de ler e mais uma boa surpresa deste autor. 
Gosto do facto de ele narrar sempre na primeira pessoa, fazendo com que os livros funcionem quase sempre como uma confissão, o que imprime proximidade e empatia com a personagem principal/narrador. Gosto do facto de não haver "tempos mortos" na narrativa empurrando o leitor para uma leitura sôfrega com o objectivo de perceber para onde vai avançar a estória. Gosto das estórias saltitarem entre vários países/ambientes com a mesma verosimilidade com que decorrem em Portugal, transportando o leitor para esses espaços físicos e temporais. E gosto muito das sempre densas, misteriosas e atormentadas personagens que o autor encaixa em factos históricos e faz reflectirem sobre tudo na vida. 

Só não percebi por que é que há uma personagem com o mesmo nome neste livro e no Bom Inverno (sendo que ela morre neste livro que saiu primeiro)? 



Sinopse:

Quem é António Augusto Millhouse Pascal? Que segredos rodeiam a vida deste homem de idade, que se esconde do mundo num casarão de província, acompanhado de três netos insolentes, um jardineiro soturno e uma lista de clientes tão abastados e vividos, como perigosos e loucos? São estes os mistérios que o narrador, um rapaz de uma família modesta, vai procurar desvendar não podendo adivinhar que o emprego que lhe é oferecido por Millhouse Pascal se irá transformar numa obsessão que acabará por consumir a sua própria vida. Passando pelo Alentejo, por Lisboa e por Nova Iorque em plenos anos oitenta - época de todas as ganâncias - e, desvendando o passado turbulento do seu patrão - na Guerra Civil Espanhola e na Segunda Guerra Mundial -, As Três Vidas é uma viagem de autodescoberta através do «outro». Cruzando a história sangrenta do século XX com a história destas personagens, este romance é também sobre a paixão do narrador por Camila, a neta mais velha de Millhouse Pascal, e sobre a procura pelo destino secreto que a aguarda; que estará, tal como o do seu avô, inexoravelmente ligado ao destino de um mundo que ameaça, a qualquer momento, resvalar da estreita corda bamba sobre a qual ela se sustém.  





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