quinta-feira, 26 de abril de 2012

Portugal: No country for young men

Depois de ver este artigo em que Portugal se distingue numa chocante 3ºposição, há que tirar conclusões...

1) Os países do Sul têm as maiores taxas de acidentes rodoviários...será por falta de cumprimento de regras? falta de civismo? sistema punitivo light? excesso de álcool? velhotes em contramão na autoestrada? corridas tunning? más estradas (esta não acredito pelo menos no caso de Portugal)? 

2)Os países do norte têm maiores taxas de suicídio...será por falta de luz? excesso de regras? falta de perspectivas (que farão os do sul???)? falta de orientação espiritual (a moral católica condena muito o suicídio)? Bullying? 

Por esta estatística vê-se que há ainda muito a fazer no que toca à prevenção rodoviária em Portugal.


http://www.economist.com/blogs/graphicdetail/2012/04/daily-chart-14?fsrc=scn/fb/wl/dc/dyingyoung

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Médio Oriente: História e estórias no feminino


Adoro BD e neste caso, a BD cruza com a biografia e ao mesmo tempo com a História de um país tão interessante e intrigante quanto o Irão, o que faz dele um livro único. 

A biografia de Marjane Satrapi conta a estória do seu crescimento e através dele a História do Irão enquanto país. Apesar da difícil adaptação da liberal família de Marjane às mudanças que foram sendo gradualmente impostas pelos vários regimes, este livro é o testemunho de como o amor ao país e à família faz com que tudo seja ultrapassado e o dia-a-dia vivido de forma intensa. Quero comprar a sequela na Feira do Livro (mais um para a lista).



Depois deste livro, lembrei de um outro filme que vi há uns anos e que adorei. O filme chama-se Caramel e a estória é passada no Líbano, contando a vivência de várias mulheres que se cruzam num cabeleireiro. Os problemas com que elas se deparam, também a nossa sociedade já se deparou antes do 25 de Abril quando o estatuto da mulher se cingia a ser propriedade do pai e depois do marido, num misto de pressão social e religiosa. Estas mulheres do filme são iguais a tantas outras do mundo ocidental mas para fazer valer a sua vontade/desejo têm que saber contornar as regras (que não foram feitas por elas) para poderem ser livres (pelo menos no seu mundo e por uns momentos). De qualquer forma, a liberdade das mulheres no Líbano é incomparavelmente maior que no Irão.


Acabadinho de ler: O Bom Inverno


Acabei de devorar "O Bom Inverno", uma estória envolta em suspense com muitos momentos de terror e que é impossível parar de ler.  
Mais uma vez a estória começa em Budapeste, passando rapidamente para Itália, mais precisamente para Sabaudia, uma cidade construída numa zona pantanosa a mando de Mussolini. É também nesses pântanos que os personagens deste livro se vão afundando moralmente na luta individual pela sobrevivência. Gosto da forma quase cinematográfica como está escrito (aliás facilmente é adaptado ao cinema) e do mistério que paira sobre as várias personagens que só se  desvenda mesmo no fim (se acreditarmos na versão do narrador). E mais uma vez, alguns dos personagens principais são escritores, o que leva sempre à dúvida sobre a verdade dos factos narrados e sobre o verdadeiro móbil destes nesta estória.

E depois livro, quero ler o anterior do mesmo autor, "As três vidas", o que ganhou o prémio Saramago (que dizem que é o melhor). Venha de lá essa Feira do Livro!


Sinopse:
Quando o narrador, um escritor prematuramente frustrado e hipocondríaco, viaja até Budapeste para um encontro literário, está longe de imaginar até onde a literatura o pode levar. Coxo, portador de uma bengala, e planeando uma viagem rápida e sem contratempos, acaba por conhecer Vincenzo Gentile, um escritor italiano mais jovem, mais enérgico, e muito pouco sensato, que o convence a ir da Hungria até Itália, onde um famoso produtor de cinema tem uma casa de província no meio de um bosque, escondida de olhares curiosos, e onde passa a temporada de Verão à qual chama, enigmaticamente, de O Bom Inverno. O produtor, Don Metzger, tem duas obsessões: cinema e balões de ar quente. Entre personagens inusitadas, estranhos acontecimentos, e um corpo que o atraiçoa constantemente, o narrador apercebe-se que em casa de Metzger as coisas não são bem o que parecem. Depois de uma noite agitada, aquilo que podia parecer uma comédia transforma-se em tragédia: Metzger é encontrado morto no seu próprio lago. Porém, cada um dos doze presentes tem uma versão diferente dos acontecimentos. Andrés Bosco, um catalão enorme e ameaçador, que constrói os balões de ar quente de Metzger, toma nas suas mãos a tarefa de descobrir o culpado e isola os presentes na casa do bosque. Assustadas, frágeis, e egoístas, as personagens começam a desabar, atraiçoando-se e acusando-se mutuamente, sob a influência do carismático e perigoso Bosco, que desaparece para o interior do bosque, dando início a um cerco. E, um a um, os protagonistas vão ser confrontados com os seus piores medos, num pesadelo assassino que parece só poder terminar quando não sobrar ninguém para contar a história. 


sábado, 21 de abril de 2012

Hong Kong, betão e néons

China.
Hong Kong.

Em 1842, após a Primeira Guerra do Ópio, a Ilha de Hong Kong tornou-se uma colónia do Império Britânico, deixando de o ser em 1997.

Hong Kong, juntamente com Macau, faz parte da política Chinesa, "um país, dois sistemas", o que faz com estas regiões tenham alguma autonomia excepto em questões de política externa e defesa. Desta forma, pelo facto de tanto Macau como Hong Kong serem regiões com autonomia distinta, não necessitam de visto para entrada como acontece no resto da China. Da mesma forma que o visto de quem vem da China perde validade assim que se entra nestas duas regiões.

Estive em HK em 2003 e em 2010 mas não sou particularmente fã. Para mim tem demasiados  arranha-céus, betão, multidões e néons. O que gosto mais nesta cidade é da comida, especialmente os famosos Dim Sum, e dos mercados nocturnos, onde se compra tudo e mais alguma coisa. Estes estão organizados por ruas e há ruas só a vender calçado, só roupa, só pássaros, etc. 


Vista de Kowloon para Hong Kong.


E mais uma cidade e mais um casamento e mais uma sessão fotográfica com grande staff envolvido.




 Mercado tradicional que há em TODAS as cidades chinesas.
 Os infindáveis blocos habitacionais.
 Betão e néon.
 Loja típica
 Néon e autocarro double decker, ambos típicos de HK.



sexta-feira, 20 de abril de 2012

Acabadinho de ler: Budapeste de Chico Buarque

Ainda na senda da minha viagem a Budapeste, peguei neste livro esquecido na prateleira. Nunca li nada de Chico Buarque. Nem sou assim muito familiarizada com a sua música (sorry P. não me evangelizaste o suficiente!). 
De Budapeste, gostei da forma como está escrito, da doçura do Português do Brasil, do ritmo das palavras ao jeito gingão carioca, da estória do Alemão de Hamburgo e de haver um ghost writer como personagem principal. Ficam algumas pontas soltas no final que eu gostava de ver esclarecidas mas de forma geral, gostei bastante, senão não o teria lido de uma forma tão sorvedora.
Acho hilariante o facto de Chico Buarque nunca ter colocado os pés em Budapeste antes de ter escrito este livro. 

Aqui fica um conjunto de críticas ao livro:



Sinopse:
Em Budapeste o narrador José Costa é um ghost-writer, pessoa especialista em escrever cartas, artigos, discursos ou livros para terceiros, sob a condição de permanecer anónimo. Costa escreve os textos na Cunha & Costa Agência Cultural, firma em que é sócio com o seu amigo de faculdade Álvaro Cunha, este especializado em promover o trabalho de José Costa.

Na volta de um congresso de autores anónimos, Costa é obrigado a fazer uma escala imprevista na cidade título do romance, o que desencadeia uma série de eventos que constituem o centro da trama: casado com a apresentadora de telejornais Vanda, Costa conhece Kriska na Hungria, que o apelida de Zsoze Kósta e com quem aprende húngaro - segundo o narrador, "a única língua do mundo que, segundo as más línguas, o diabo respeita". Entre as diversas idas e vindas entre Budapeste e o Rio de Janeiro, a trama se alterna entre o seu enfeitiçamento pela língua húngara e o seu fascínio em ver seus escritos publicados por outros, bem como o seu envolvimento amoroso com Vanda e Kriska (fonte: wikipedia).



Para os mais preguiçosos, há o filme (que não vi mas que não parece mal pelo trailer).


terça-feira, 17 de abril de 2012

Macau, o grande casino

China.
Macau.

A História conta que em meados do séc. XVI um barco Português severamente danificado por uma tempestade pediu às autoridades Chinesas para atracar para secar a mercadoria. E foi assim que os Portugueses controlaram durante 400 anos este território. Obviamente que os Chineses não conheciam o conceito de temporário dos Portugueses, que era e ainda hoje é, sempre algo a pender para o definitivo. Actualmente, Macau vive do jogo e do turismo (eu diria também da prostituição).


Chegada de ferry a Macau. A paisagem mudou significativamente desde 2003, os casinos multiplicaram-se e assumiram a variante Disneyland. Assim, hoje em dia ao chegar a Macau avistam-se um forte, um vulcão, uma rua de Amesterdão e uma espécie do The Cube dos JO 2008. Em 2003, o casino Lisboa impressionou-me de verdade, nunca tinha visto tanta gente espalhada por vários andares a jogar compulsivamente. Eu acho que os Chineses têm verdadeiramente um problema com o jogo...

 Retrete? Não via esta palavra escrito aí há uns 20 anos...
 Os pastéis de nata, uma das heranças Portuguesas.
 As ruas têm todas nomes em Português e a tradução ao lado. E não, tirando os Portugueses que lá vivem mais ninguém fala Português...
 A calçada Portuguesa na Praça do Leal Senado.


 Farmácia com Ph...





À entrada da Fortaleza do Monte.


Vista da Fortaleza do Monte. Algo me diz que não houve planeamento urbano nenhum...
 Este "mamarracho" do lado direito é feio como o raio e não se enquadra minimamente. E a fachada da catedral de S. Paulo no meio de tudo... 
 A ruínas de S. Paulo considerada pela Unesco como Património da Humanidade. A igreja ardeu em 1835 e hoje só se aproveita a fachada.
 A parte detrás da fachada.
O templo de A-Ma, a deusa dos navegantes e que dá o nome a Macau.



segunda-feira, 16 de abril de 2012

Tabu: uma boa supresa

Tenho sempre alguma reticência em relação aos filmes Portugueses que pecam sempre pelo drama excessivo, pelo pessimismo, pela lentidão da estória tudo envolto numa intelectualidade para a qual muitas vezes não há paciência.

Tabu tem um bocadinho de tudo isto mas é dos que vale a pena! A forma como foi filmado é de uma fotografia sublime, a estória prende, o facto de ser a preto e branco dá-lhe temporalidade e o facto de ser feito em modo de narração é também envolvente. A única coisa que não percebi foi porque é que toda a gente falava tão leeeentamente como se tivessem tido um derrame cerebral mas penso que é propositado de forma a dar algum dramatismo/nostalgia (só pode...).



domingo, 15 de abril de 2012

China: A mais longa muralha

Jinshanling.

Desta vez, fui visitar o troço da Muralha de Jinshanling, a cerca de 125km a nordeste de Pequim. Este troço, com cerca de 10km, pareceu-me muito bem conservado (eu diria até demais) o que me faz pensar que já deve ter levado uns valentes retoques recentemente. 

Em 2003, estive no troço de Simatai, que me pareceu mais destruído e logo mais autêntico e  também muito mais difícil de caminhar do que este. Na altura, havia também neve o que deu uma aura especial à muralha. Os troços de Jinshanling e Simatai são apesar de tudo pegados mas desta vez não era possível passar de um troço para o outro.

Este é o teleférico que leva os preguiçosos (como eu) lá acima. Desta vez, preferi gastar as minhas energias na Muralha e não a caminho da Muralha. Confesso que não me senti muito segura porque a altura era significativa e porque nunca tenho muita fé na manutenção dos equipamentos...mas tudo correu bem! E a descida já foi feita a pé :-) 





Este lado da muralha parecia mais destruído e  mais autêntico.









                   O pormenor do caixote do lixo também em estilo Muralha para não se desenquadrar.



A Ford Transit da excursão e o pormenor do banco da Guia, ser removível...