terça-feira, 22 de maio de 2012

Tóquio, freak show

Japão.
Tóquio.

Tóquio era um dos meus destinos de sonho, muito devido à sua história, aos seus rígidos e únicos códigos de honra, ao imaginário das geishas e aos filmes e fotos que fui vendo ao longo dos anos. Para mim, Tóquio seria a visão do futuro com algumas pinceladas ancestrais. Na realidade esta cidade foi tudo isso e muito mais! Nunca vi jovens tão estranhos na forma de vestir e na atitude como em Tóquio, nem tantos gadgets, nem tanta coisa kinky e ao mesmo tempo infantil.

Tóquio estimula todos os sentidos, quer pelo ruído de uma das maiores metrópoles do mundo quer pelo Pachinko, quer pelo néon ou quer pelas cores e sabor maravilhoso da comida (sushi e não sushi). Combina modernidade e ancestralidade de uma forma única. É uma cidade que nos surpreende a cada esquina, pelas pessoas excêntricas que nos vamos cruzando, pelos prédios modernos e antigos, pelo ritmo frenético das avenidas cheias de néon, pela maravilhosa comida,  pelos Karaokes, pelos templos, pelos Pachinkos, pelos Love Hotels, pelas multidões, pela complexidade do idioma e pelos gadgets indispensáveis à vida nesta cidade. A começar no quarto de hotel onde havia uma cadeira de massagens e um desumidificador, já para não falar na sanita que tinha uns 10 botões com diferentes funcionalidades.     

Mais uma vez as dificuldades de comunicação são muitas pois o Inglês está longe de ser uma língua corrente   e mesmo os que acham que falam Inglês têm um sotaque muitas vezes difícil de contornar.

Foi um privilégio ser recebida pelos nosso amigos em Tóquio que se organizaram e fizeram turnos, programando e liderando os nossos dias ao minuto (literalmente!). Foi assim que fui a restaurantes típicos e baratos, aprendi a beber saké de forma tradicional e aprendi a fazer soba (tipo de massa) com um soba master, coisas que só se faz com locals. Arigato ao Yutaka, Kiku (e mulher) e Kaoru!

Voltarei seguramente pois adorei e não achei assim tão caro quanto estava à espera (especialmente se tivermos em consideração Luanda).


Uma vista do avião antes da chegada a Tóquio.
A fazer wasabi. Não fazia ideia que o maléfico wasabi vinha desta raíz aparentemente inofensiva. 
A aparentemente inofensiva raíz que raspada se transforma no temível wasabi.
No metro de Tóquio, painel comemorativo dos 500 anos de amizade Portugal - Japão.
O metro de Tóquio com milhentas linhas e estações com nomes imemoráveis...

Ginza, o distrito mais fashion de Tóquio, by night.

Akihabara, ou o Electronics Heaven para muitos. Estavamos no 8º andar de uma destas department stores quando tudo começou a tremer. Os Japoneses continuaram imunes à tremedura enquanto nós ficámos paralisados a tentar perceber se corríamos para as escadas rolantes ou se ficávamos ali a ver a bonecada a cair das prateleiras ou eventualmente até o tecto cair-nos em cima (Drama Queen!). Passou em menos de 30 segundos (?) que me pareceram uns bons 5 minutos. Os Japoneses continuavam impávidos e serenos, nomeadamente o casal amigo que estava connosco, e nós lívidos. 5 minutos depois ainda toda a bonecada articulada e os posters pendurados no tecto abanavam, denunciando o impacto dos 7.1 do tremor de terra que tinha acabado de acontecer. Vimos mais tarde nos noticiários, que na zona do epicentro, nos arredores de Tóquio, a destruição marcou severamente estradas e pontes. 
  
É aqui que existem os célebres, Maid cafe (ver uma maid em baixo), que é mais um exemplo do freak show de Tóquio. Cafés em que as empregadas são adolescentes vestidas de empregadas, facto que em si só constitui um elemento de frisson para os homens japoneses. Eu confesso que ao vê-las assim vestidas dava-me vontade de rir. Mas ao andar nas ruas de Tóquio vê-se de tudo, literalmente TUDO (eu vi gente em lingerie).


O Maid café, uma mistura kinky infantil...para mim um mistério...

Outra imagem de Akihabara, com a loja da Sega em destaque.


Vista da Torre de Tóquio, uma espécie de Torre Eiffel em vermelho...
A tradição enterrada no meio dos arranha-céus.



A Torre de Tóquio, onde se pode subir e ter uma vista desafogada da cidade e de toda a sua extensão.

O inevitável mercado onde eu tenho sempre que ir à caça de raridades.
Máquinas de lavar Toshiba?????
Lido da esquerda para a direita o efeito deste produto é assustador.
O McDonald´s!
Num dos antros de Pachinko, um dos divertimentos mais populares e ensurdecedores. Jogos violentos em volume máximo, jogados por Japoneses vidrados no ecrã.
À entrada dos edifícios...prático e não há aquela coisa de alguém levar o chapéu por engano pois todos têm código. 
Shibuya, o cruzamento mais famoso de Tóquio. Esta confluência de várias avenidas faz com que quando o sinal verde caia, várias multidões se cruzem atravessando em várias direcções. É inacreditável!
Shibuya é também a zona dos Love hotels que podem ser alugados por pequenas fracções de tempo como por ex: 30 minutos ou pela noite toda (rest -ahãã - or stay). No ecrã, que se vê na foto, pode-se ver em tempo real, imagens dos quartos ainda por alugar e assim escolher o preferido. A questão é se eles desligam a câmara de vídeo depois de ocupados....not sure...
O incontornável Karaoke! Cada porta dá acesso a uma sala privada com um mundo de canções para explorar. Só se pagam as bebidas, essenciais para acabar com a vergonha dos cantores (estrangeiros, não a dos Japoneses porque se há sítio onde os Japoneses se revelam é no Karaoke!). 
Já dentro da salinha do Karaoke...
Escolhendo as músicas...
Um táxi todo ele em renda...estilo noiva....

Perto do Palácio Real.
Num templo ao pé de um mercado...há pessoas que andam assim vestidas na rua, especialmente jovens.
De roupãozinho e chinelinho no mercado.

Aquário gigante da Sony em Ginza. 

Na casa de banho do centro comercial...e mais uma vez é preciso ser engenheiro de IT para puxar o autoclismo...
O estendal dos desejos!

Comida fantástica!



 Há sempre um restaurante português com um galo de Barcelos :-)

No metro numa hora morta.
 Na Soba Class com o Soba Master! Depois de se fazer a massa, há que a esticar para que fique fininha.
 Depois há que cortá-la com o facalhão e com a ajuda da tábua (para que toda a massa fique do mesmo tamanho, obviamente que a minha massa ficou uma mistura de esparguete com tagliatelle).
 E depois come-se a massa cozida mas fria e sem condimentos...confesso que foi mais giro fazê-la que comê-la! 

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