quarta-feira, 30 de maio de 2012

Viva Las Vegas!

EUA.
Nevada, Las Vegas.


Las Vegas é o strip (avenida principal) e tudo o resto é paisagem, ou melhor, deserto. É uma eurodisney para adultos, o mais artificial possível, cheia de viciados no jogo, bêbedos (as) em despedidas de solteiros(as), prostituição, violência e crime, tudo à luz de muito néon no meio de réplicas de tudo o que é monumento mundialmente famoso. Safam-se os espectáculos e os luxuosos hotéis a preços inacreditavelmente baixos.

Acabadinhos de aterrar, decidimos ir dar uma volta pelo strip para jantar qualquer coisa antes de dormir e eis senão quando já no regresso ao hotel em frente ao espectáculo de luz e cor das fontes do Belaggio, vi a coisa mais violenta da minha vida ao vivo. Passou um tipo em tronco nu a correr por nós e logo em seguida no seu encalço passa a polícia e um operador de câmara (devia ser do programa Cops). A polícia dispara um taser que lhe acerta nas costas nuas e o tipo cai estatelado e fica a estrebuchar no chão com a voltagem que levou. Escusado será dizer que ele caiu de cara no chão o que fez com que uma pequena poça de sangue se formasse devido à hemorragia nasal, ficando o tipo meio inconsciente a marinar, por uns minutos, nessa mesma poça. Os polícias algemaram-no com violência enquanto o cameramen fazia grandes planos da cara do tipo que chafurdava na poça de sangue. Neste momento, já eu me tinha virado de costas para a cena para ver se não caía para o lado, observando com ar aparvalhado o espectáculo das fontes do Belaggio. O facto desta cena ter decorrido durante o tempo do espectáculo fez com que a audiência das fontes se desviasse para este triste acto de violência policial. Não faço ideia do que o tipo fez mas todo aquele aparato pareceu-me demasiado. A cena terminou com a ambulância a chegar para ver se retiravam o taser das costas do miúdo e ver se estancavam a hemorragia do nariz. Nesta altura e com o sangue todo ainda no chão, já eu estava quase a desfalecer também...

E pronto daí em diante, não houve um dia em Las Vegas em que não presenciasse uma detenção, contudo todas menos violentas que esta primeira. Será que aquilo é mesmo uma selva de bandidagem ou é a polícia que é extremamente eficaz na captura dos poucos bandidos? Eu vou pela primeira opção...


NOTA: eu não sabia mas o taser é estilo pistola de rolha, quando é disparado sai um fio enorme que depois tem que ser recolhido outra vez (ou substituído, não faço ideia) para nova utilização. 




À saída do avião, para que os que chegam comecem a fazer o aquecimento e para que os que vão não percam a pedalada, as incontornáveis slot machines estão lá! Inacreditável...



Também no aeroporto... why not para aliviar aquela tensãozita? Ela parece feliz e relaxada...

 O Venetian, onde o céu é sempre azul! Devido à enorme oferta hoteleira de Las Vegas, o preço dos quartos de hotéis de luxo são muito baixos (comparativamente a outras cidades).
 Eu não disse que o céu era sempre azul no Venetian? Ah e a água também! Artificialmente azul....
 Os Gondoleiros cantam mesmo, só não remam que isso já é automático.
 Ainda no Venetian....

Muito neón...
Ei-la, a torre Eiffel!
... e o Arco do Triunfo...
...e o Belaggio e as suas fontes em acção (este enquadramento foi fruto do meu quase desfalecimento)...
....e a esfínge...




 O Caesars Palace onde tudo é do tempo dos romanos (que como se sabe estiveram nos EUA)...
 A Vitória da Samotrácia também lá estava....
O interior dos casinos é um misto de bom gosto com pirosada em dourado para ver quem tem a decoração mais espectacular.

 As omnipresentes slot machines...será que há também quartos com slot machines?
 ....a estátua da Liberdade que estava também acompanhada pela Brooklin Bridge...
... o palácio do Excalibur...
 ....MGM Grand com o Copperfield....
 O strip...ou seja uma avenida ladeada por casinos e palmeiras. Saindo desta avenida, os casinos descem vários furos na grandiosidade e classe.

O interior de um shopping, onde também o céu era azul e sempre de dia....
O casino Paris, também ele com céu azul...
A paisagem desértica do Arizona a caminho do Grand Canyon
 Pit-stop para compra de bugigangas índias 
 A segregação dos turistas chineses que tinham um guichet próprio e uma refeição distinta dos outros visitantes.
 A vista para o sky walk..um passeio a 1.450 m de altura em vidro transparente. No sky walk não se pode levar nada nem mesmo máquina fotográfica pois estão lá uns moços a tirar fotos que são depois vendidas a um preço assustador numa fila ainda mais assustadora.
O Grand Canyon fica nas terras da tribo Hualapai que é quem gere o espaço e recebe o dinheiro das entradas que não são tão baratas como isso. Adicionalmente, tentam mostrar um pouco da cultura nativa através da exposição de vários tipos de construção e de artesanato. Este último é todo ele para lá de caro (apercebi-me que os índios devem ter das mãos mais valiosas do mundo para só produzirem coisas com penas, barrro, e materiais do género e que nunca saem a menos de $100!!! A isto eu chamo ter umas mãos de Midas)...esta tribo deve estar para lá de rica se não estourarem essa fortuna toda logo ali ao lado em Las Vegas....

 Os figurantes índios a fazerem cerimónias rituais 






E acabou-se-me a bateria (que por acaso ficou em Portugal) :-(



Estes são os filmes sobre Las Vegas que me ficaram na memória, estórias viciantes de viciados que se afundaram no jogo, alcool e mulheres em Las Vegas.

The only game in town  http://www.imdb.com/title/tt0066184/












terça-feira, 22 de maio de 2012

Tóquio, freak show

Japão.
Tóquio.

Tóquio era um dos meus destinos de sonho, muito devido à sua história, aos seus rígidos e únicos códigos de honra, ao imaginário das geishas e aos filmes e fotos que fui vendo ao longo dos anos. Para mim, Tóquio seria a visão do futuro com algumas pinceladas ancestrais. Na realidade esta cidade foi tudo isso e muito mais! Nunca vi jovens tão estranhos na forma de vestir e na atitude como em Tóquio, nem tantos gadgets, nem tanta coisa kinky e ao mesmo tempo infantil.

Tóquio estimula todos os sentidos, quer pelo ruído de uma das maiores metrópoles do mundo quer pelo Pachinko, quer pelo néon ou quer pelas cores e sabor maravilhoso da comida (sushi e não sushi). Combina modernidade e ancestralidade de uma forma única. É uma cidade que nos surpreende a cada esquina, pelas pessoas excêntricas que nos vamos cruzando, pelos prédios modernos e antigos, pelo ritmo frenético das avenidas cheias de néon, pela maravilhosa comida,  pelos Karaokes, pelos templos, pelos Pachinkos, pelos Love Hotels, pelas multidões, pela complexidade do idioma e pelos gadgets indispensáveis à vida nesta cidade. A começar no quarto de hotel onde havia uma cadeira de massagens e um desumidificador, já para não falar na sanita que tinha uns 10 botões com diferentes funcionalidades.     

Mais uma vez as dificuldades de comunicação são muitas pois o Inglês está longe de ser uma língua corrente   e mesmo os que acham que falam Inglês têm um sotaque muitas vezes difícil de contornar.

Foi um privilégio ser recebida pelos nosso amigos em Tóquio que se organizaram e fizeram turnos, programando e liderando os nossos dias ao minuto (literalmente!). Foi assim que fui a restaurantes típicos e baratos, aprendi a beber saké de forma tradicional e aprendi a fazer soba (tipo de massa) com um soba master, coisas que só se faz com locals. Arigato ao Yutaka, Kiku (e mulher) e Kaoru!

Voltarei seguramente pois adorei e não achei assim tão caro quanto estava à espera (especialmente se tivermos em consideração Luanda).


Uma vista do avião antes da chegada a Tóquio.
A fazer wasabi. Não fazia ideia que o maléfico wasabi vinha desta raíz aparentemente inofensiva. 
A aparentemente inofensiva raíz que raspada se transforma no temível wasabi.
No metro de Tóquio, painel comemorativo dos 500 anos de amizade Portugal - Japão.
O metro de Tóquio com milhentas linhas e estações com nomes imemoráveis...

Ginza, o distrito mais fashion de Tóquio, by night.

Akihabara, ou o Electronics Heaven para muitos. Estavamos no 8º andar de uma destas department stores quando tudo começou a tremer. Os Japoneses continuaram imunes à tremedura enquanto nós ficámos paralisados a tentar perceber se corríamos para as escadas rolantes ou se ficávamos ali a ver a bonecada a cair das prateleiras ou eventualmente até o tecto cair-nos em cima (Drama Queen!). Passou em menos de 30 segundos (?) que me pareceram uns bons 5 minutos. Os Japoneses continuavam impávidos e serenos, nomeadamente o casal amigo que estava connosco, e nós lívidos. 5 minutos depois ainda toda a bonecada articulada e os posters pendurados no tecto abanavam, denunciando o impacto dos 7.1 do tremor de terra que tinha acabado de acontecer. Vimos mais tarde nos noticiários, que na zona do epicentro, nos arredores de Tóquio, a destruição marcou severamente estradas e pontes. 
  
É aqui que existem os célebres, Maid cafe (ver uma maid em baixo), que é mais um exemplo do freak show de Tóquio. Cafés em que as empregadas são adolescentes vestidas de empregadas, facto que em si só constitui um elemento de frisson para os homens japoneses. Eu confesso que ao vê-las assim vestidas dava-me vontade de rir. Mas ao andar nas ruas de Tóquio vê-se de tudo, literalmente TUDO (eu vi gente em lingerie).


O Maid café, uma mistura kinky infantil...para mim um mistério...

Outra imagem de Akihabara, com a loja da Sega em destaque.


Vista da Torre de Tóquio, uma espécie de Torre Eiffel em vermelho...
A tradição enterrada no meio dos arranha-céus.



A Torre de Tóquio, onde se pode subir e ter uma vista desafogada da cidade e de toda a sua extensão.

O inevitável mercado onde eu tenho sempre que ir à caça de raridades.
Máquinas de lavar Toshiba?????
Lido da esquerda para a direita o efeito deste produto é assustador.
O McDonald´s!
Num dos antros de Pachinko, um dos divertimentos mais populares e ensurdecedores. Jogos violentos em volume máximo, jogados por Japoneses vidrados no ecrã.
À entrada dos edifícios...prático e não há aquela coisa de alguém levar o chapéu por engano pois todos têm código. 
Shibuya, o cruzamento mais famoso de Tóquio. Esta confluência de várias avenidas faz com que quando o sinal verde caia, várias multidões se cruzem atravessando em várias direcções. É inacreditável!
Shibuya é também a zona dos Love hotels que podem ser alugados por pequenas fracções de tempo como por ex: 30 minutos ou pela noite toda (rest -ahãã - or stay). No ecrã, que se vê na foto, pode-se ver em tempo real, imagens dos quartos ainda por alugar e assim escolher o preferido. A questão é se eles desligam a câmara de vídeo depois de ocupados....not sure...
O incontornável Karaoke! Cada porta dá acesso a uma sala privada com um mundo de canções para explorar. Só se pagam as bebidas, essenciais para acabar com a vergonha dos cantores (estrangeiros, não a dos Japoneses porque se há sítio onde os Japoneses se revelam é no Karaoke!). 
Já dentro da salinha do Karaoke...
Escolhendo as músicas...
Um táxi todo ele em renda...estilo noiva....

Perto do Palácio Real.
Num templo ao pé de um mercado...há pessoas que andam assim vestidas na rua, especialmente jovens.
De roupãozinho e chinelinho no mercado.

Aquário gigante da Sony em Ginza. 

Na casa de banho do centro comercial...e mais uma vez é preciso ser engenheiro de IT para puxar o autoclismo...
O estendal dos desejos!

Comida fantástica!



 Há sempre um restaurante português com um galo de Barcelos :-)

No metro numa hora morta.
 Na Soba Class com o Soba Master! Depois de se fazer a massa, há que a esticar para que fique fininha.
 Depois há que cortá-la com o facalhão e com a ajuda da tábua (para que toda a massa fique do mesmo tamanho, obviamente que a minha massa ficou uma mistura de esparguete com tagliatelle).
 E depois come-se a massa cozida mas fria e sem condimentos...confesso que foi mais giro fazê-la que comê-la!